Era a princesa Contrasta a herdeira de um reino cuja capital era Valença. Certo dia o reino, do qual era herdeira, foi atacado por um príncipe mouro que, ao vê-la, pretendeu ficar com ela. Como o pai de Contrasta já era velho, não pode fazer frente ao seu inimigo e acabou por refugiar-se no seu jardim, onde acabou por morrer de desgosto. A natureza, que naquela altura era bem mais actuante e compassiva que na actualidade, acompanhou a dor daquele rei, ao ponto de as flores ao caírem transformarem-se em pedras que ocultaram o seu corpo e estas numa poderosa muralha.
O rio Minho tem associadas, na sua passagem por Valença, várias lendas e tradições. Uma das mais conhecidas associa-se à figura de São Cristovão e ao papel que desempenhou nas travessias do rio antes da existência das barcas.
A tradição local conta que Cristovão, homem de elevadíssima estatura, transportava aos ombros todos aqueles que pretendiam atravessar o rio.
De acordo com a tradição por Fontoura passou a rainha Santa Isabel em peregrinação até Santiago de Compostela.
Após passar a portela de Cossourado, vinda dos lados de Rubiães, parou num caminho próximo da igreja de Fontoura para descansar e beber numa fonte que por ali havia. A presença da velha rainha não passou desapercebida aos lavradores que labutavam nos campos.
Ainda, hoje, muitos chamam a essa fonte, a Fonte Santa.
Num dia de festejos na vizinha cidade de Tui os pais de São Teotónio foram até à vizinha Galiza à romaria. Teotónio ficou em Ganfei, segundo a crença popular, a tomar conta das searas de centeio não deixando os pássaros apossar-se do cereal.
Mas o gosto por ir, também, até à romaria tudense levou Teotónio a meter os pássaros todos no caniço. Com um simples assobio atraiu os pássaros até ao caniço onde ficaram fechados e Teotónio liberto da tarefa de tomar conta das searas.
A tradição do baptismo da meia-noite encontra em São Pedro da Torre uma referência curiosa, com muitas semelhantes às que se praticavam em vários pontos do Minho e da Galiza.
Trata-se de um baptismo pré-natal praticado por mulheres com problemas de gravidez que nesta tradição encontravam um alento e uma segurança para a sua gestação.
Uma das mais emblemáticas tradições valencianas é o Lanço da Cruz, no rio Minho, na Segunda-feira de Páscoa, no âmbito das festividades da Senhora da Cabeça, em Cristelo Côvo.
Esta tradicional romaria galaico-minhota decorre sempre na segunda-feira imediata ao fim de semana da Páscoa. Ao entardecer, depois da visita pascal, à freguesia de Cristelo-Côvo, o pároco, devidamente paramentado e com uma cruz ornamentada, entra num barco e dirige-se até à margem espanhola onde dá a cruz a beijar aos paroquianos da outra margem.
Fortaleza
de Valença